
Weihnachten: Glück als Verpflichtung
Christmas: happiness as an Obligation
Navidad: felicidad e obrigaciòn
joyeux noël et beaucoup de bonheur
Natale: felicità come obbligo
Kerstmis: geluk als Verplichting
счастье как обязательство
Рождество: счастье как обязательство
Já fazem várias semanas que eu vi o primeiro Papai Noel deste Natal. No prédio da frente, vejo, pela janela, que a vizinha esta com a árvore natalina já montada cheia de bolas coloridas penduradas. Nas lojas já se observa o movimento de instalação das luzes. O Natal chega cada ano mais cedo. De festa cristã se transformou num grande comércio destes que as pessoas gritam nas ruas querendo agarrar os clientes a força. A gente quase se obriga a comprar presentes pra família, pros amigos, pros empregados, pros porteiros. A contribuir na caixinha dos lixeiros e dos funcionários das padarias e dos bares. Acabamos indo mesmo contrariado, e participamos da festa de final de ano da empresa nos obrigando a sorrir e confraternizar com quem convivemos o ano todo, muitas vezes em constante conflito. A festa de família se transforma uma obrigação, onde somos submetidos muitas vezes a conviver com concunhados de pouca intimidade ou agregados desconhecidos com quem assuntos em comum são raros.
Parece que um decreto baixa e a gente fica obrigada a ser feliz naquele período. Uma overdose de generosidade (ou seria culpa?) invade nosso cotidiano e nos pressiona e oprime. Não sei se ando com o nível de mau humor além da conta ou se minha “ ficha anda caindo” sobre a extrema hipocrisia que ronda este tipo de situação. As situações sociais nos obrigam a agir de um jeito formal, falando baixo quando a vontade é explodir. Esperando a vez, quando o desejo é gritar para ser atendido logo, calando quando se quer pegar pelo pescoço o interlocutor. Esta é a moderação que modela à civilização e evita a barbárie. Mas quando esta adaptação social chega ao nível de termos que fingir sentimentos e esconder vontades, com certeza algo não esta bem.
A felicidade é um estado de espírito, algo que pode sofrer as alterações do externo, mas que tem o seu nascedouro no interno. Já vi gente feliz morando em casas de chão batidos, no interior do Amazonas, e infelizes na zona mais cara de Paris. Fico impressionado como algumas pessoas se sentem na obrigação da alegria, e da liberalidade sexual, no carnaval. Quando a cota de sexo é menor que a expectativa, nesta ocasião, vem a frustração quando não a baixa estima. Esquecemos que o processo interior de auto valorização, de conhecimento e de aplicação do tempo e da energia em algo que resulte em retorno duradouro, que é a fonte de uma felicidade diferente que não se varre como confete nas ruas da quarta de cinzas. Mas isto é um esforço grande. Ser conduzido pelo externo é muito mais fácil, nadar a favor da correnteza é menos cansativo, ser diferente exige e nosso comodismo e nosso medo de ousar se tornam aliados de todo este processo de padronização a que estamos expostos.
Neste final de ano ainda serei submetido à convivência forçada com muitos velhinhos barbudos, vestido de vermelho num contraste ao calor tropical desta época. Ainda serei abordado por legiões de pedintes clamando pelo meu espírit

6 comentários:
Somente agora tomas esTa providencia? Faz tempos que me livrei deste ritual maquiavekico de consumismo desenfreado. Voce se esqueceu de dizer dos cartões de Boas Festas. Pecado Mortal em não faze-lo. Dou presentes durante os 365 dias do ano, Natal não mas, se fizesse estaria entrando no consumismo desenfreado.
Libertei-me de milhares de rituais, não convivo com antipaticos e mal amados.
Concordo com todas as suas palavras.
NAMASTÊ
Parabéns...
Mais uma vez você soube tão claramente num simples texto, demonstrar o nosso cotidiano.
Grande beijo
Escreveu muito bem.O natal é um dia ótimo na minha opinião um dos dias melhores do ano,mas não só para ganhar presentes e sim reunir a família e dividir a alegria.Grande Abraço.
Não sou cristão por isso não comemoro o natal ,mas gasto dinheiro e muito.
Viajo compro presentes , afinal é uma celebração criada pelo comercio...
seu blog é muito bom ,é a primeira vez que o vizito
parabéns
[]L.Sakssida
heheheh.... e viva o velhinho com o saco cheio de hipocrisia!!!
E viva os shoppings... as lojas e o santo cartão de crédito! Amém!
Olá. Adorei seu blog. Muito bem escrito. Também sou jornalista e tenho um blog. Depois passe por lá e dê uma olhadinha. Concordo com você quanto ao natal. É mesmo uma época recheada de mitos e simbologias. Todo mundo "ajuda", "perdoa", "sorri" e, após passar o dia 25, volta tudo ao normal. Miséria, falsidade e pequines assombram a mente humana.
(www.saltofino.wordpress.com)
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