domingo, abril 15, 2012

Espera...




Sentado junto à porta entreaberta/ O velho pensava na vida: opaca, insossa, deserta/ E titubeia uma saída: levantar, bradar, mudar/ Ou ficar ali parado sentindo o calor do sol e esperar o luar?

A dúvida crescia imensa, e a porta na sua frente/ Teria um ganho do corpo ou queria uma vitória da mente?/ Enquanto o tempo passava e ele pensava ofegante/ Vontade e preguiça duelavam e só uma seria triunfante.

No limiar já cansado do enfado de seu duvidar/ Pensou uma vez mais e disse num suspiro de arfar/ “O medo de me mover e da mudança a insistir/ Já são maiores que a vontade do que possa além existir.”

E o dia então se fez a noite/E à porta ficou entreaberta/ Nem uma força movida, nenhuma ação se desperta/ A sala, a casa, o tempo, tudo num vazio sem par./ E o velho parado e imóvel já começava a roncar.

(LL/2012)

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