Pronto. Já passou. Já anoiteceu e o sino gemeu. O galo já cantou e o bom velhinho já passou. Passaram as doze badaladas da meia noite e o ano novo iniciou. Todo o ano a mesma coisa: a pressão do consumismo, a correria, a ansiedade por se sentir feliz, a convivência como parentes e colegas tentando ser amistosa, apesar de todos os problemas do ano. A hipocrisia vestida de papai Noel com botas e toca vermelha. Agora que a nau da rotina cotidiana já se aproxima do nosso porto, nos chamando para um novo embarque, já quase estão esquecidos os propósitos da virada embora as contas dos presentes e a azia da bebedeira ainda deixem suas marcas. Prefiro desejar a todos e a mim mesmo feliz resiliência.
Resiliência é um conceito da física que a engenharia utiliza na escolha de materiais para construção. Quanto maior a resiliência maior a capacidade de se adaptar as mudanças climáticas e as adversidades da natureza, do decorrer do tempo e outras intempéries de forma a ter maior durabilidade e qualidade nas edificações. Também outras áreas utilizam a teoria como na fabricação de roupas cujos tecidos mesmo amassados e pisados voltam a sua condição inicial. As ciências sociais se apropriaram do conceito utilizado para definir a capacidade humana de passar por experiências adversas sucessivas sem prejuízos para o desenvolvimento. Ou seja, uma capacidade de adaptação para fazer uma limonada dos limões que a vida atira na gente.
É algo parecido com resistência. Tipo conseguir superar e voltar à forma depois de sofrer um massacre, levar muitas porradas, encarar o sofrimento. Neste novo ano e em cada dia dele espero poder praticar a resiliência como uma forma de melhor encarar os revezes da vida. Elaborar as perdas a partir de sua reflexão tem seu valor, mas ficar alimentando a dor e o sofrimento não leva a nada a não ser fechar-nos em herméticos potes de mágoa. Tentar achar explicações demasiadas para os acontecimentos, culpando-se demais pelo que ocorreu só vai dilapidar ainda mais a auto-estima de quem enfrenta coisas difíceis. Na mesma medida querer colocar nos ombros dos outros um peso excessivo de responsabilidades culpando-os por todos os erros cometidos, pode aliviar momentaneamente a sensação de abandono, mas não traz amadurecimentos e respostas que ajudarão no continuar da caminhada.
As intempéries da existência nos desgastam e nos deixam cicatrizes às vezes difíceis de fechar. A resiliência não quer nos tornar acomodados ou forma ruma legião de ingênuos que acreditam que os problemas são provas para a nossa persistência ou “coisas que temos realmente que passar”, nos isentando do protagonizou de nossas vidas. Resistir é não perder a esperança, mas também é não cultivar a idéia infantil de que tudo será sempre um eterno paraíso sem problemas, contrariedades ou decepções. Na realidade o fim nunca vem de uma vez só, mas sim aos poucos, como pequenos finais que vão avisando timidamente do grande final, como se as portas fossem se fechando devagar até que o ultimo feixe de luz tenha sua condução limitada também. Ser resiliente, eu penso, é saber encarar o que não gostamos como parte do desenvolvimento do existir. Assim como o fim, a morte, o desfecho, o encerramento também faz parte do processo, não como ápice dele, mas como peça que ajuda o quebra-cabeça a se completar e talvez a se compreender. Sejamos resistentes em 2009.
Resiliência é um conceito da física que a engenharia utiliza na escolha de materiais para construção. Quanto maior a resiliência maior a capacidade de se adaptar as mudanças climáticas e as adversidades da natureza, do decorrer do tempo e outras intempéries de forma a ter maior durabilidade e qualidade nas edificações. Também outras áreas utilizam a teoria como na fabricação de roupas cujos tecidos mesmo amassados e pisados voltam a sua condição inicial. As ciências sociais se apropriaram do conceito utilizado para definir a capacidade humana de passar por experiências adversas sucessivas sem prejuízos para o desenvolvimento. Ou seja, uma capacidade de adaptação para fazer uma limonada dos limões que a vida atira na gente.
É algo parecido com resistência. Tipo conseguir superar e voltar à forma depois de sofrer um massacre, levar muitas porradas, encarar o sofrimento. Neste novo ano e em cada dia dele espero poder praticar a resiliência como uma forma de melhor encarar os revezes da vida. Elaborar as perdas a partir de sua reflexão tem seu valor, mas ficar alimentando a dor e o sofrimento não leva a nada a não ser fechar-nos em herméticos potes de mágoa. Tentar achar explicações demasiadas para os acontecimentos, culpando-se demais pelo que ocorreu só vai dilapidar ainda mais a auto-estima de quem enfrenta coisas difíceis. Na mesma medida querer colocar nos ombros dos outros um peso excessivo de responsabilidades culpando-os por todos os erros cometidos, pode aliviar momentaneamente a sensação de abandono, mas não traz amadurecimentos e respostas que ajudarão no continuar da caminhada.
As intempéries da existência nos desgastam e nos deixam cicatrizes às vezes difíceis de fechar. A resiliência não quer nos tornar acomodados ou forma ruma legião de ingênuos que acreditam que os problemas são provas para a nossa persistência ou “coisas que temos realmente que passar”, nos isentando do protagonizou de nossas vidas. Resistir é não perder a esperança, mas também é não cultivar a idéia infantil de que tudo será sempre um eterno paraíso sem problemas, contrariedades ou decepções. Na realidade o fim nunca vem de uma vez só, mas sim aos poucos, como pequenos finais que vão avisando timidamente do grande final, como se as portas fossem se fechando devagar até que o ultimo feixe de luz tenha sua condução limitada também. Ser resiliente, eu penso, é saber encarar o que não gostamos como parte do desenvolvimento do existir. Assim como o fim, a morte, o desfecho, o encerramento também faz parte do processo, não como ápice dele, mas como peça que ajuda o quebra-cabeça a se completar e talvez a se compreender. Sejamos resistentes em 2009.
3 comentários:
No meu entendimento, ser resiliente é uma coisa; camaleônico, outra. Ou seja, não devemos abrir mão da nossa dignidade, dos nossos princípios, mesmo quando a hipocrisia, o consumismo e todos esses "valores" atuais parecerem tomar conta de tudo...até de nós mesmos!
Um grande abraço,
Pedro Menezes
Gostei da resiliência. Eu quero.
enfim... coexistemos em 2009. e sempre.
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