quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Eu te odeio porque te amo !!!




Hoje é dia de São Valentim, dia dos namorados comemorado na Europa, nos Estados Unidos e em outros países. O similar do que se comemora aqui no Brasil em 12 de junho. Nestes lugares é comum se ver na rua entregadores de flores passando de um lado para outro, num movimento maior do que o comum, casais almoçando ou jantando a dois, cinemas lotados nos filmes românticos, filas nos motéis etc...Enfim, tudo muito igual.

As novidades deste ano são os chamados “presentes vingativos”. São cartões, camisetas ou outros produtos, de gosto duvidosos, que alguém manda para um ex-namorado como forma de incomodar e ser lembrado. Entre os mais vendidos dessa época do ano está um cartão que vem na capa com a frase "Words Fail Me" (equivalente a "Estou sem palavras"), escrita em tinta vermelha em um fundo preto. Dentro, está uma ilustração de mão com o dedo "do meio" levantado.

Pode ser apenas mais um golpe capitalista de mercado, mas não deixa de ser revelador este comportamento. Conheço vários casais que após a separação ainda se mantêm amistosos trocando gentilezas em aniversários ou pesares em momentos difíceis. Também não são poucos os que, esgotados os limites do litígio e a burocracia da separação formal, mal se falam ou se recordam publicamente. Em ambas as situações são casos resolvidos. Agora esta terceira via de lidar com o rompimento existe uma mistura de sentimentos. Se por um lado à ex-parceria não parece tão esquecida, a ponto de não receber nada, passa a ganhar importância mesmo recebendo um presente deste tipo. Ou seja, se importa o suficiente para enviar algo muito ruim.Por outro lado quem envia um presente deste tipo igualmente quer chamar a atenção para si, nem que seja por provocar esta reação de espanto ou raiva.

Com certeza a perda de uma separação é dolorosa em qualquer circunstância ou fase da vida. Mas quando os casais não conseguem mais conviver, dividir, somar, planejar quando falta segurança, cumplicidade e a química acaba, talvez separar seja o melhor caminho para conservar o amor. Este independe do estado civil pode continuar além deste momento de crise, transforma-se e se adaptando. Às vezes pode congelar um tempo para despertar, às vezes se metamorfosear em outros sentimentos igualmente nobres.

Existem varias formas de infernizar a vida das pessoas com quem tivemos uma relação, algumas explícitas como as aqui relatadas outras mais sutis como pequenas atitudes de posse, segredos antes íntimos revelados, cobranças pós-separação, cenas em locais públicos e outras tantas. Mas com certeza o prazer momentâneo que uma atitude desta possa causar são infinitamente menores ao estado de espírito sereno de guardar os bons momentos como as lembranças maiores de bons tempos vividos. As artimanhas do comércio às vezes encontram vazão em mentes imaturas, perturbadas ou carentes confundindo os sentimentos e criando uma dependência. É melhor dizer que ama a vida toda, mesmo separados, do que odiar por uns instantes num impulso. No final a contabilidade positiva pende para o lado do primeiro.

3 comentários:

Unknown disse...

A realidade é que procuramos fugir tantas vezes daquilo que não queremos ver, a felicidade que nos assusta, mas a que pode ser a única razão pela qual vivemos. Essa busca nunca acaba, pode ser dolorosa, mas no final, saberemos que se fracassamos ao menos tentamos!!!
Beijão grande no coração!

Unknown disse...

Verdade seja dita: Amar é preciso!
É uma busca que nunca acaba!
Beijão

MaxReinert disse...

... eis aí dois sentimentos que sempre andam lado a lado... acariciando-se ou maltratando-se...

... doloroso, mas necessário?
... ou seria, prazeroso e necessário?