Vejo crescer discussões em torno do conceito de fidelidade. Cobranças excessivas de um lado, hipocrisias de outro. Fidelidade é uma característica de quem é fiel a algum princípio, a alguém ou a um compromisso. Neste mundo em que os valores éticos são cada vez mais relativizados, existe uma grande tendência de ligar fidelidade exclusivamente a sexo e/ou envolvimento fora do casamento ou de um relacionamento. Uma intenção clara de posse, principalmente do corpo do outro, ronda tudo isto. Esquecem as diversas implicações que a fidelidade tem, não só no comportamento humano, como no cotidiano e nas diversas relações sociais.
Afinal o que vale mais: exclusividade sexual ou garantia de apoio, cuidado mútuo, sinceridade, presença em todos os momentos, mão amiga nas dificuldades e consolo na dor? Vejo o exemplo se Sartre e Simone como algo emblemático, ambos tinham sexo fora do casamento, mas, além disto, tinham esta ampla gama de cumplicidade que tornava este fato secundário. Assisto alguns dilemas que os casais vivem quando o desejo começa a circular além do relacionamento. Alguns preferem conversar a respeito e chegam a pactuações, mas com o tempo o sentimento de posse vem grande e saber segurar “relações abertas” exige maturidade maior num relacionamento. Mas estes são minorias, grande parte prefere não falar, fingir que não viu e viver de forma deliciosamente hipócrita.
Existe uma diferença enorme entre sexo, intimidade e cumplicidade que fica esquecida na maioria das vezes. Sexo é uma necessidade humana, fonte de prazer, que a maioria não consegue, ou não quer, simplesmente sublimar. O ideal era que fosse direcionado exclusivamente para o objeto de afeto como um complemento do mesmo. Mas o mundo real é diferente. Negar que isto aconteça com todos nós é concordar com a hipocrisia discursionista que assola o mundo. O melhor é admitir e procurar alternativas, se possível divididas entre os envolvidos, ou isto é muito irreal também?
Já a intimidade exige muito além do ato sexual, as vezes nem precisa dele, ela se manifesta nos momentos mais surpreendentes. Quando se nota no olhar que algum problema apareceu, quando um observa pelo tom de voz que o outro não está bem, mesmo a quilômetros de distância, ou quando se percebe que um silêncio eloqüente ou um mau humor insistente esconde por traz uma mensagem sublimar, aí que a intimidade se manifesta de forma incisiva. Por sua vez a cumplicidade é a intimidade ampliada e aliada à segurança de ter alguém do lado independente de onde venham as tempestades. Acho que é o sonho de todos os que pretendem viver
10 comentários:
tudo muito legal por aqui
fidelidade é algo essencial pra nós
abraço :}
http://sobfoco.blogspot.com/
Assunto bom a discutir^^
prefiro lealdade a fidelidade...
é diferente...
e mais real!!!
Abrçao!
"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento ."
è o verso perfeito sobre esse assunto. Quem ama de verdade nao se encanta com outra pessoa.
Nossa, fidelidade é tipo de coisa que todo mundo quer mais que ninguém pratica.
acho lindo o fato do casal ter sido enterrados juntos.
Bjs
Muito bom o texto e o blog. PARABÉNS.
Fidelidade, na minha opinião, é tudo em qualquer relação. Quanto a felicidade, é aquilo que te faz bem sem fazer mal a uma outra pessoa.
Este é um assunto bem delicado, e bem polêmico, também. É como discutir política, aborto e opção sexual.
Gostei muito da tua visão perante a isso, Leandro. Mais uma vez, estás me surpreendendo, dia a dia, com a tua desenvoltura ao expor as tuas idéias de forma tão digna e maravilhosamente bem escrita.
PARABÉNS!!!
Abração, querido! =)
Seu blog esta sendo uma terapia pra mim.
... pois... eu sou um cara velho!
Acho todas essas modernices de casamento aberto um pouquinho demais para minha cabeça... acredito no complemento entre as pessoas... se um já não é suficiente para o outro, que se busque outro.... Já é tão difícil manter "uma" relação, quanto mais com outras possibilidades envolvidas!!! No, thx!!!
Hmmmm... Se tem uma coisa que a vida me ensinou é a ser fiel aos meus sentimentos. Não acredito em fidelidade conjugal, independentemente de qual tipo de casal possa ser.
Fazia tempo que eu não passava por aqui =D
nao tinha lido esse texto ainda.
eh como se fosse uma extensão da nossa conversa.
Concordo com vc qndo diz que
''Fica cada vez mais difícil aderir e ser coerentes a princípios que muitas vezes defendemos e cobramos dos outros''.
dificil ser fiel a quem ama,aquilo que se acredito,aquilo que se faz...
Que saiba ser fiel aquilo que tenho nas maos e que foi confiado a mim pelo proprio Deus.
Que eu nao morra,sem antes voltar a ser aquilo que um dia fui, mas que aos poucos se perdeu...
Postar um comentário